Notícia

Um Ano novo nos espera com mais educação financeira

Valéria Saturnino
27 de Dezembro de 2021

27 - Dez

Artigo publicado originalmente no Movimento Econômico em 25 de Dezembro de 2021 e escrito por Valéria Saturnino*

Faltam poucos dias para 2022 chegar, então que tal começarmos o ano novo com o pé direito, financeiramente falando? Um ano bem planejado financeiramente para uma família (e para uma empresa também) é aquele que começa com objetivos, planos e orçamentos já elaborados. Ainda não fez o seu? Então o que está esperando? Aproveita o fim de 2021, se reúne com a família e segue essas dicas.

Primeiramente, é muito importante ter um modelo de planejamento financeiro a ser seguido. Particularmente, gosto muito e indico o Guia de Planejamento Financeiro da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), por ser uma versão completa, com visão mensal e anual das receitas e despesas, bem como espaço para fazer um levantamento dos seus bens pessoais e dos seus objetivos, e ainda vem com manual de preenchimento. Na prática, os passos apresentados aqui podem ser feitos em qualquer instrumento de sua preferência, pois nem todos estão acostumados a utilizar planilhas eletrônicas.

Primeiramente, é importante definir objetivos financeiros. Como diz Lewis Carroll em Alice no País das Maravilhas, “Se você não sabe para onde vai, qualquer caminho serve”. Inclusive o endividamento, o adoecimento por conta de questões financeiras, dentre outras etapas. Não queremos esse caminho, não é mesmo? Então defina objetivos claros e precisos.

Definir um objetivo como “Se livrar das dívidas” ou “ficar rico em cinco anos” são imprecisos e não demonstram um caminho a ser perseguido. É necessário desdobrar esses objetivos em metas. Por exemplo, se você estiver endividado, faça um levantamento do montante da dívida, taxa de juros que está sendo aplicada, valor da parcela e prazo de quitação. A visualização completa das dívidas trará melhores decisões, sobre quais devem ser pagas primeiro (as que tem as taxas de juros mais altas), negociações a serem feitas (parcelas em atraso, nome no SPC, trocar dívidas mais caras por uma com juros mais baixos), dentre outras opções.

Já se há dinheiro sobrando e deseja-se investir, é necessário calcular ao certo quanto se pode investir por mês, analisar o seu perfil de investidor e pesquisar as melhores opções de aplicação de recursos dentro do seu perfil.

Além dos objetivos, é fundamental elaborar o orçamento familiar (relação de despesas e receitas) para todos os meses do ano. A maioria das categorias de gastos se repetem, mas há algumas específicas de cada mês que precisam ser consideradas, como impostos, matrícula e material escolar, revisão do carro, exames, dentre outros. O orçamento anual lhe trará uma visão que permitirá decidir se precisa, por exemplo, economizar em algum mês para cobrir gasto específico de outro. O orçamento anual também pode estar associado aos objetivos, demonstrando em qual mês específico a família teria condições de dar uma entrada para trocar de carro, por exemplo.

Com os objetivos e o orçamento do ano em mãos, é hora de compará-los e verificar se um atende ao outro. Como se livrar das dívidas, se todo mês planeja-se gastar mais do que ganha? Ou como investir se não sobra dinheiro? Com base nessas reflexões, mudanças no orçamento devem ser planejadas e executadas para garantir o cumprimento dos objetivos. Se mudar para um local com aluguel menor, conseguir uma fonte de renda extra, cortar gastos com TV a Cabo e Pacote de Telefonia, dentre outros, são decisões que afetam o orçamento e podem garantir ou não o cumprimento dos objetivos, a depender do impacto delas no orçamento.

Que tal começar 2022 com tudo isso já feito, e passar a controlar cada receita e cada despesa desde o primeiro dia do ano? Meu desejo é que você tenha um próspero ano novo, com mais educação e consciência financeira!

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